quarta-feira, 5 de novembro de 2014

Cinemandoadois #6: Deus não está Morto (God's not Dead, 2014)



Quem já passou ou ainda está na vida acadêmica sabe que existem professores de todos os tipos, mas são predominantes aqueles de personalidade forte, algumas vezes até arrogantes e que tentam impor sua opinião sobre as outras. Porém, desconheço qualquer educador atual que impede a contra argumentação ou a discussão de temas pertinentes na sala de aula, aliás, um dos meus professores costumava a dizer sempre que essa profissão é uma mão de via dupla, em que se passa muito aprendizado e adquire ainda mais dos alunos.

Contudo, no filme “Deus não está morto” temos um professor antiquado e extremamente intransigente. 

A trama transcorre sobre a vida do religioso cristão devoto Josh Wheaton (Shane Harper), ele cursa direito na Universidade e se depara na aula de Filosofia com o professor Radisson (Kevin Sorbo) que é ateu, e só aceita na sua sala alunos que afirmem no primeiro dia de aula “God is dead” (Deus está morto) sim, é absurdo. Como é de se esperar, Josh não aceita. Com isso, o professor desafia o aluno a provar que Deus existe e que não está morto.
Mas não se engane o filme não é apenas isso (apesar de que já seria suficiente), há milhares de tramas paralelas em que de certa forma entrelaçam na principal. O problema não está em haver outras histórias, e sim na quantidade, são tantas que o público se perde em tentar dar importância para o que é mostrado.
Em toda essa mistura, além dos protagonistas, há uma jornalista que descobre uma doença grave e revê suas crenças; um catequizador africano que passa o tempo inteiro repetindo o mantra “Deus é bom o tempo todo, o tempo todo Deus é bom”; uma muçulmana que ama Jesus e crê nos ensinamentos da Bíblia e um asiático que se rebela contra o pai ateu e assume o cristianismo. Ou seja, o diretor optou pela quantidade acima da qualidade, e isso no cinema é uma forma de reparar o roteiro descuidado e as más atuações.



Mesmo com todo o depoimento cristão versus ateus, o principal erro do filme é tratar de forma tão superficial os grandes filósofos e estudioso, com análises de discursos minimamente interessantes, para justificar a crença e questionar a existência divina, na tentativa absurda de converter ateus.


O filme arrecadou em apenas no primeiro mês 41 milhões de dólares, nos Estados Unidos, e já possui para a venda diversos produtos (camisetas, canecas…) provando que ainda há muito público para esse tipo de filme de temática religiosa. 

Assim, quase cheguei a acreditar que o que está morto mesmo é o cinema.

Obs1: Nem mesmo Kevin Sorbo (o famoso Hércules dos anos 90) consegue dar alguma credibilidade para o mal encenado roteiro.

Obs2: No filme nenhum personagem é ateu, só diz ser, o que contradiz o próprio roteiro.

Obs3: Para você que tem interesse em conferir, Deus não está morto está disponível no Netflix, porém não recomendo para ateus ou descrentes, pois possui cenas ofensivas para os não devotos. 

Nota: 4 / 10


Informações Gerais
Diretor: Harold Cronk (Jerusalem Countdown, 2011)
Roteiristas: Hunter Dennis e Chuck Konzelman
No Rotten Tomatoes o filme recebeu 17% de aprovação, porém os usuários deram uma nota média de 4,1 / 5
No site IMDB o filme recebeu nota média de 5 / 10 dos usuários.

Trailer

Um comentário:

  1. Cara "redatora", com sua cítica totalmente destrutiva ao filme do início ao fim de sua matéria, você se mostra não apenas ateia (Não tenho nada contra os ateus, tenho amigos que são, inclusive), mas claramente anti-teísta. Não transparece imparcialidade, mas é visivelmente baseada em sua opinião pessoal sobre o cristianismo. Assisti o filme e não vi qualquer "cena ofensiva a não devotos", como você disse. Ofensiva foi sua crítica, além de totalmente incoerente. Péssima crítica.

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