Projeto do diretor iniciante Ned Benson, com lançamento tímido no Brasil, no circuito independente, em poucas salas, surge o filme ambicioso The Disappeareance of Eleanor Ribgy. Obra inspirada na solidão das pessoas.
Eleanor Ribgy (Jessica Chastain) aparece em primeiro plano, de costas, andando em uma ponte, ela vira e se joga. Percebemos, desde já, a depressão que se encontra Eleanor. Em um flashback ela aparece com Conor Ludlow (James McAvoy) em uma cena simples, que mostra a cumplicidade e a paixão dos dois.
Logo compreendemos que a protagonista desapareceu após um trágico acontecimento, a morte do filho. Com isso, após a tentativa fracassada de suicídio, ela tenta superar a dor da perda, volta a morar com os pais, a estudar, mas se recusa a encontrar com o marido.
Conor é apaixonado por Eleanor, sofre com sua ausência e tenta juntar os pedaços do seu passado amor, na iludida possibilidade que a relação dos dois volte a ser como antes.
O filme ainda conta com a participação de Viola Davis (Professora Friedman) e de Bill Hader (Stuart, amigo de Conor).
A obra configura em um projeto de três filmes que o diretor realizou com a mesma história principal, um na visão de Eleanor (Ela), outro na visão de Conor (Ele) e outro na visão de um pouco dos dois (Eles). O que está resenhado aqui é apenas o “Eles”, parece até um pouco injusto julgar um filme que possui peças ainda não vistas.
Um dos destaques do longa está na atuação de Chastain e MacAvoy, é nítido o desenvolvimento dos personagens no decorrer da história, com o amor e o desapontamento, a aproximação e separação, todas as contradições que um relacionamento passa é demonstradas em movimentos delicados e sutis transformações. Eleanor fica completamente imune a críticas de suas ações, assim como Conor. Com isso, não há brechas para o telespectador se distanciar ou perder a atenção da tela.
Porém, o roteiro é ambicioso, quer significar mais do que realmente é. Ainda que a atuação ajude, falta profundidade nos diálogos e nas ações. Com o uso de cenas desnecessárias e personagens dispensáveis, o filme se estende entre conversas sobre Beatles e de como manter um relacionamento por muito tempo, enquanto o essencial desaparecimento do amor fica escondido e esquecido.
Com uma premissa interessante, mas com um resultado insuficiente, fica difícil se identificar com o filme, que consegue ser confuso, principalmente do meio até a cena final. Porém, não é irrelevante.
Contudo, coompensa a bela filmografia, o uso de distintos tons de cores para representar cada lado da história e a metáfora entre os acontecimentos e as emoções presentes fazem de “Dois Lados do Amor” uma interessante experiência.
Nota: 7 / 10
Informações gerais
Distribuição internacional: The Weinstein Company
Roteirista: Ned Benson
Os usuários do site IMDB deram nota média de 6,5 / 10
No site Rotten Tomatoes entre as críticas especializadas o filme teve 62% de aprovação.[
Obs1: “I can already taste the regret” Conor
Obs2: Quem ia fazer o papel de Conor era Joel Edgerton (Exodus), que logo foi substituído por James McAvoy por decisão do diretor.
Obs3: Eleanor Rigby é o titulo de uma famosa música dos Beatles, composta por John Lennon e Paul McCartney, incluída no álbum Revolver.
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