No novo filme de David Cronenberg (Marcas da Violência, 2005) as estrelas duram mais do que a própria felicidade dos atores e celebridades de Hollywood.
Mapas para as Estrelas destrincha o mundo visceral dos artistas americanos, desde vícios, problemas familiares até brigas por egos.
Agatha Weiss (Mia Wasikowska) acabou de chegar a Los Angeles e logo conhece Jerome Fontana (Robert Pattinson), um jovem motorista que almeja se tornar ator. Eles começam a sair juntos. Não demora muito para que ela comece a trabalhar para Havana Segrand (Julianne Moore), uma atriz decadente que está desesperada para alcançar o papel principal da refilmagem de um filme estrelado por sua falecida mãe. Ao mesmo tempo, paralelamente, o garoto Benjie Weiss (Evan Bird) enfrenta problemas ao lidar com seu novo colega de elenco.
Sem dúvida Julianne Moore está em um de seus melhores papéis, considerando sua longa carreira de atriz, Havana Segrand leva a decadência e os distúrbios psicológicos a seu favor, surpreendendo com a ótima atuação de Moore. Mia Wasikowska também entrega uma atuação decente, apesar de perturbadora.
Porém, Evan Bird não convence como o prematuro ator Benjie, é por vezes forçado e perturbado ao ponto de não importarmos por suas ações. John Cusack também não se destaca como Dr. Stafford Weiss, por falhas no roteiro e pelo desprezo na atuação, seu personagem compõe cenas confusas e quase que gratuitas.
Assim, por mais exageradas e extremas que as situações do filme pareçam, não há como subestimar a capacidade da verossimilhança de “Mapas para as Estrelas”, já que o universo Hollywoodiano ainda é desconhecido pela maioria, o que gera as maiores curiosidades e sustenta revistas, jornais, blogs, sites.
Com obviedade a intenção do filme é chocar, levar a discussão, e não mostrar um retrato real do que de fato acontece, fica difícil de julgar a sátira afiada na tela se aplicarmos tudo o que ocorre no filme para a atualidade.
Contudo, a conclusão do enredo é insignificante, no sentido de não se conectar com o restante do filme, sem conseguir o impacto previsto. Ainda que a personagem Agatha justifique seus atos, o irmão Benji não agrega o mesmo valor de sentido.
Porém, o diretor Cronenberg abre para diversas possibilidades a partir do momento em que o filme não distingue a realidade com a alucinação, o que ocorre em exageradas cenas, principalmente do meio para o final.
Ou seja, é um filme exagerado, perturbador, mas que prende a atenção até o desfecho mediano.
Nota: 6 / 10
Informações Gerais
Roteirista: Bruce Wagner
Os usuários do site IMDB deram a nota média de 6,4 / 10
Nas críticas especializadas do site Rotten Tomatoes o filme teve 63% de aprovação, com 80 positivas e 48 negativas.
Obs1.: Os atores Viggo Mortensen e Rachel Weisz foram convidados filme para interpretar Dr. Stafford Weiss e Havana Segrand. Mas, por conta de conflitos de agenda, eles foram substituídos por John Cusack and Julianne Moore.
Obs2.: Em quase 50 anos de carreira esse foi o primeiro filme que David Cronenberg filmou nos Estados Unidos.
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