Um filme indeciso sobre a indecisão,
Clara (Clarice Falcão) é uma jovem que acabou de entrar na faculdade de Medicina, mas que nunca frequentou nenhuma aula, ela não sabe o que fazer da vida. Guilherme (Rodrigo Pandolfo) é atendente de um boliche, onde conhece Clara, ele se interessa pela garota e a ajuda a encontrar um objetivo para sua vida, mesmo a menina não demonstrando nenhum interesse por ele. Temos aqui o filme “Eu Não Faço a Menor Ideia do Que Eu Tô Fazendo Com a Minha Vida”.
Matheus Souza surgiu como grande revelação de diretores brasileiros em 2009, com o longa “Apenas o Fim”. Com apenas dois atores em cena, o filme provou ser diferenciado e surpreendente, vale até a comparação com o incrível “Antes do Amanhecer”.
Após esse sucesso de críticas, Matheus trabalhou em seriados do Multishow e roteirizou “Confissões de Adolescente”. Por isso, eram altas as expectativas para seu novo filme, que surgiu apenas em 2013.
“Eu Não Faço a Menor Ideia do Que Eu Tô Fazendo Com a Minha Vida” tem um interessante tema principal, mas não traz nada de novo.
O filme discute diversos temas secundários sem aprofundar em nenhum, nem mesmo na própria indecisão da protagonista. Com isso, fica a impressão de que o enredo se perdeu no caminho, enquanto outras questões foram aparecendo.
Os problemas familiares foram mais aparentes do que a insegurança de Clara. Não que isso desmereça o filme, mas faltou carisma da protagonista para o público realmente se importar.
Clarice Falcão está apática e desconfortável como personagem central da trama, o motivo de suas dúvidas não convence, até mesmo o embate com sua família parece superficial, apenas um retrato mimado de uma garota que não consegue assumir responsabilidades.
Contudo, a aparição de Nelson Freitas (Pai da Clara) e Gregório Duvivier (Tio) agregam tons de drama e comédia bastante positivos para o desenrolar da história, ambos entregam boas atuações em interessantes diálogos.
O maior sentimento de cumplicidade fica para o personagem Guilherme, que junta esforços para ajudar Clara, mas sem reciprocidade, já que a garota não consegue satisfazer seus desejos despropositados.
Ainda assim, a discussão sobre a incerteza dos jovens em momentos decisivos da vida, como a escolha da faculdade e profissão, é interessante e importante de ser mostrado, por ser um dos períodos mais emblemáticos da vida.
Matheus ainda pode entregar muito mais para o cinema brasileiro, que são para poucos, apenas para os que não desistem.
Matheus ainda pode entregar muito mais para o cinema brasileiro, que são para poucos, apenas para os que não desistem.
Nota: 5 / 10
Informações Gerais
Roteirista: Matheus Souza
No site Adoro Cinema a nota média da imprensa é de 2,3 / 5 e a nota média dos usuários é de 3,5 / 5
Informações Gerais
Roteirista: Matheus Souza
No site Adoro Cinema a nota média da imprensa é de 2,3 / 5 e a nota média dos usuários é de 3,5 / 5
Obs1: Com orçamento de aproximadamente R$ 20 mil, baixíssimo até para os padrões brasileiros, a produção foi custeada com recursos do próprio diretor.
Obs2: O filme recebeu algumas críticas negativas, Matheus rebateu "Enfim, tiro um peso das costas. Posso não ter criado um novo fenômeno como Apenas o Fim (que continua ganhando prêmios cinco anos após o lançamento), mas consegui o principal. Além da chance de gravar dois novos longas em 2014, tenho espectadores que se importam.”
Obs3: Foi o segundo filme que o diretor trabalha com o ator Gregório Duvivier.
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