Com a estreia internacional em 4 de maio, o longa chega ao país com exibição em poucas salas
Estreou este final de semana em poucas salas de cinema no Brasil o muito comentado e aguardado pelos fãs, documentário de Brett Morgen 'Montage Of Heck' sobre a vida e a arte de Kurt Cobain, líder do Nirvana. Com seu lançamento em 4 de maio de 2015 pela HBO norte-americana, o filme foi muito compartilhado e a grande maioria de órfãos do grunge teve acesso ao longa por formas não tão tradicionais.
Porém para quem esperou a estreia em tela grande o filme está em circuito porém em poucas salas pelo país, a grande maioria delas está localizada em São Paulo e Porto Alegre. Como era de se esperar, da mesma forma que o elogiado documentário da atriz e cineasta Maria Ribeiro sobre os Los Hermanos, fica evidente que as grandes companhias de cinema não se interessam em passar filmes que não sejam blockbusters, e os longas mais alternativos ficam a merce de uma divulgação quase despercebida, perdendo muito conteúdo e oportunidade de ampliar sua base de filmes e clientes.
O documentário teve em sua coprodução a presença da filha de Kurt com Courtney Love, Frances Bean Cobain, tendo esse o primeiro registro totalmente autorizado pela família do artista, desta forma, Morgen teve acesso irrestrito a videos, fotos e gravações inéditas em um trabalho que durou quase oito anos para ficar pronto.
Dando enfase a arte de Kurt, o documentário é inovador a dar voz a seu homenageado durante todo o longa, foi usada ilustrações sobre a qual a voz de Kurt narrava os acontecimentos e usados montagens dos seus diários para ilustrar o que se passava pela sua cabeça, o que dá a impressão de quem assiste de que o próprio cantor, morto há 21 anos, conta sua historia. São poucas as entrevistas e todas elas com parentes e pessoas muito próximas, o que faz a narrativa não se perder.
'Montage Of Heck' não é fácil de ser digerido, principalmente para o fã ou apreciador que não conhece a obra do artista a fundo. Morgen foi além de entrevistas e videos históricos, tentando usar montagens animadas de quadros, diários e desenhos de Kurt para que ele demonstrasse seu mundo e tal velocidade e excesso de informação em tela, por muitas vezes pode confundir ou ofuscar quem buscava no documentário momentos para reviver o auge do Nirvana em tela.
Ao analisar a edição de muitos momentos do longa se vê, que foi priorizado longos momentos íntimos do cantor, o que foi bastante criticado por algum espectadores, porém a intensidade destes momentos faz qualquer fã do artista se arrepiar. Ao vermos um Kurt Cobain incrivelmente sensível a tudo que o cerca e momentos ternais com Frances no colo, ou até arrepiantes quando o cantor visivelmente alterado, não consegue se manter de olhos abertos, estamos mergulhados no universo da família Cobain no meio nos anos 90.
A obra de Kurt foi totalmente investigada e o maior louro do documentário é esse, ao mostrar o Nirvana como banda e não entidade sagrada do rock, Kurt ganha força como artista solo, não somente como musico, mas como pintor, desenhista e artista plástico, lados até então totalmente obscuros ao grande público.
Seja como fã do cantor ou curioso para saber mais do controverso artista o documentário vale muito suas pouco mais de duas horas, Seja no cinemas ou de métodos mais alternativos que a internet permite 'Montage Of Heck' merece ser visto.
Nota: 9 / 10
Informações Gerais:
Lançamento: 18 de junho de 2015 (2h25min)
Dirigido por: Brett Morgen
Com: Kurt Cobain, Courtney Love, David Grohl mais
Gênero: Documentário
Nacionalidade: EUA
Obs. 1: A cantora Courtney Love, esposa de Cobain, ia ser produtora deste documentário. Para explicar seu afastamento, o diretor Brett Morgen disse: "Courtney será um dos temas do longa e todos nós concordamos que seria melhor se não fosse dado a ela o controle editorial do filme".
Obs. 2: O filme foi o grande destaque do Festival de Sundance de 2015
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