sexta-feira, 7 de agosto de 2015

Resenhandoadois: D.U.F.F., 2015

Aquele prazer culposo de amar comédias românticas clichês, mas não precisar delas.

Bianca (Mae Whitman) é uma estudante, que está no terceiro ano do ensino médio, ela descobre que os alunos da escola se referem a ela como a “DUFF (Designated Ugly Fat Friend), em português a amiga feia e gorda do grupo de amiga.
Agora, mesmo com o seu professor favorito (Ken Jeong) dizendo que isso não importa, ela se incomoda com o rótulo e vai atrás para mudar essa designação e conquistar seu atual interesse amoroso Toby (Nick Eversman). Bianca pede para seu vizinho e "o popular" do colégio Wesley (Robbie Amell) para ensiná-la a não ser DUFF, em troca de ajuda para passar em uma matéria.
Nesse contexto, a protagonista busca, principalmente, a autoconfiança e estima, na tentativa de superar os rótulos e os comentários maldosos de Madison (Bella Thorne) a “garota popular” do colégio.


Apesar de o filme iniciar com o comentário de que os tempos mudaram e que nos dias atuais não existem mais estereótipos e cada um pode ser o que quiser sem ser julgado, no decorrer da história percebemos que é o contrário, que, apesar de haver alguma mudança comportamental, é ainda muito pequena para o que se espera da nova geração.

Com isso, o diretor Ari Sandel (Vince Vaughn's Wild West Comedy Show) segue todas as regras básicas de uma comédia romântica com adolescentes, temos aqui a menina má, bonita e que namora o capitão do time; a inteligente e “feia” e o bonitão, mas gente boa, com adição de uma narrativa desnecessária. Previsível e clichê na melhor forma possível, ainda que o filme nos apresente Mae Whitman.

Whitman (As Vantagens de Ser Invisível e Parenthood) entrega uma atuação bastante carismática, é a mais interessante do filme, engraçada sem parecer deslocada ou forçada, interpretando Bianca. Todo o elenco se desenvolve em uma química bastante positiva para o desenrolar da história, ainda que Robbie Amell não se destacar quanto deveria.


Contudo, é necessário compreender que é complicado julgar comédias românticas previsíveis não sendo uma residente americana, aqui, nas terras tupiniquins, naturalmente que nos comportamos diferente, e que os adolescentes do terceiro ano, em sua maioria, estão mais preocupados com o vestibular do que com designações para colegas da turma.
Mesmo ainda com bastante influência cultural dos EUA, no Brasil essa hierarquia nos colegiais entre os alunos ou é muito discreta, ou nem ocorre. Assim, dificulta a aproximação por identidade com o enredo.


Ainda assim, o filme traz algumas cenas interessantes e atuais, como, por exemplo, a do shopping, em que Wesley leva Bianca para comprar roupas e lingerie, que é até cômica.
Outro ponto forte é a edição que deixa o filme bastante dinâmico e consegue evitar que a história perca o ritmo. 

Contudo, não há nada que beira o realismo em DUFF, principalmente no defecho, esperava, de certa forma, que tendesse um pouco mais ao realismo, a possíveis desencontros na busca pelo encontro, pena que deixa a desejar.

Nota: 6 / 10




Informações Gerais:
Diretor: Ari Sandel
Roteiristas: Josh A. Cagan (screenplay), Kody Keplinger (novel)
A nota média dos usuários do site IMDB foi de 6,6 / 10
No site Rotten Tomatoes a crítica especializada deu uma aprovação de 72%

Obs1.: Embora Mae Whitman interprete uma adolescente no fim da graduação, a atriz já tem 26 anos de idade.
Obs2.: Embora o livro, no qual o longa é baseado, e o filme compartilhem o mesmo nome, seus enredos são completamente diferentes.

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