quinta-feira, 3 de setembro de 2015

Resenhando: O Pequeno Príncipe (The Little Prince, 2015)

Um filme cativante, responsável por milhares de pessoas que foram encantadas, afinal “Tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas”.


O livro “O Pequeno Príncipe” já completou mais de 70 anos de sua existência, por isso é uma obra de domínio publico, livre de direitos autorais. Mesmo com tanto tempo de, o livro continua sendo atemporal, e um dos mais vendidos do mundo.
A obra literária pode até causar estranhamento de primeira, por ser fantasiosa demais, mas, ainda assim, é original e encantadora.

Por esta razão a premissa do filme é bastante adequada, de que é necessária a essência da infância para acreditarmos no impossível, na criatividade, e que não podemos nos esquecer da criança que um dia fomos, de mente aberta em terreno inocente.

O filme “O Pequeno Príncipe” não conta diretamente a história do livro, e sim inicia mostrando a vida quadrada e cinzenta de uma pequena criança (Mackenzie Foy), cheia de regras e padrões. Sua mãe (Rachel McAdams) planeja todos seus dias de forma regrada para que a menina se torne uma adulta “essencial” e consiga entrar numa das escolas mais cobiçadas. Até que a garota conhece, e se torna amiga, de seu novo vizinho, um velho aviador (Jeff Bridges), que lhe conta a história de um pequeno príncipe que vive em um asteróide com sua rosa e, um dia, encontrou um aviador perdido no deserto.


O artifício usado de inserir uma historia dentro de outra, é bastante interessante, percebe-se claramente a ideia de mostrar os atributos da infância que não deve ser esquecido, desde a imaginação, os sonhos, e a magia de poder ser o que quiser.
Notamos o cuidado que o diretor Mark Osborne (Kung Fu Panda, 2008) teve para diferenciar as duas histórias, com a modificação da animação para o stop-motion de tecido quando conta a saga do Pequeno Príncipe, dando delicadeza a mais para a trama.
Outro ponto a ser destacado é a emoção que o filme transfere, motivando até mesmo o pblico mais velho. É emocionante notar um livro que contém tantos significados poder ser retratado de modo que não perca a mágica nem a estima na grande tela, em volta, ainda, dos desenhos e frases inesquecíveis.

“Só se vê bem com o coração, o essencial é invisível aos olhos.”

A trilha sonora de Hans Zimmer, Richard Harvey e com a participação da cantora Camille Dalmais, não é menos encantadora, quase que um espetáculo a parte, dá um tom a mais de magia para extrair todos o sentimentalismo do telespectador.


Contudo, nos minutos finais, a história no filme muda de direção para um desenvolvimento menos interessante. Mark Osbourne, infelizmente, optou por um desfecho “seguro”, um pouco forçado, podendo ter reduzido sua duração em dez minutos. Não que tenha sido desnecessário, mas poderia ter sido mais bem desenvolvida a finalização, já que o filme, até então, tinha recursos de sobra para ser superior.

O “Pequeno Príncipe” é um tipo de clássico em que cada pessoa que o lê possui a liberdade de ter sua própria interpretação, não me agrada cortar essa definição ao ser parcial com a sequência dos acontecimentos que o longa optou fazer.

Ainda assim, o filme é de lacrimejar até os mais marmanjos, com toques artísticos que não se vê nas animações ultimamente.  O efeito no público do pequeno príncipe é quase o mesmo que na ficção com a pequena garota.



Nota: 9 / 10

Informações Gerais
Roteiristas: Irena Brignull, Bob Persichetti e o escritor Antoine de Saint-Exupéry
O site IMDB o filme teve nota média de 7,5 / 10 dos usuários
No AdoroCinema a média da nota da imprensa foi de 3,8 / 5

Obs1: "O Pequeno Príncipe" era a história favorita do ator James Dean, que é um dos principais ídolos de James Franco
Obs2: O longa-metragem vem conquistando os cinéfilos brasileiros, crianças e adultos, e aproxima-se dos 850 mil espectadores.
Obs3: No Brasil, estima-se que 2 milhões de títulos do livro foram vendidos desde 1952.

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