Mostra de cinema de Goiânia traz cineastas renomados, filmes premiados e inéditos no Brasil. A 9ª edição da mostra “O amor, a morte e as paixões” começou no dia 3 de fevereiro e irá acabar no próximo dia 17.
O evento exibe 117 filmes nacionais e internacionais. Algumas produções terão exibição inédita em Goiás. O filme “Amor em Sampa” abriu a mostra no Cinema Lumiére do Shopping Bougainville.
A lista de filmes que serão exibidos na mostra tem títulos premiados nos mais renomados Festivais de Cinema do mundo, como Cannes, Berlim e Sundance, além de concorrentes ao Globo de Ouro e ao Oscar 2016. Segundo Lisandro Nogueira, curador da mostra, o festival foca na diversidade, com produções que vão do blockbuster (como "Deadpool") ao cinema independente (como "A Garota Sombria Caminha pela Noite").
Filmes da Mostra 2016
O blog Cinemando conseguiu com exclusividade uma entrevista com Lisandro Nogueira, curador da Mostra e Gerson Santos, proprietário da Rede Lumière.
Confira.
Como começou e surgiu a ideia de realizar a mostra 'O Amor, a Morte e as Paixões'?
Gerson: Aqui no Lumière já havia a exibição de filmes mais alternativos, dai eu conheci o Lisandro e a gente começou a conversar sobre vários projetos e disso surgiu a ideia.
Lisandro: eu já tinha uma carreira de cine clubista. Dai eu conheci o Gerson e começou a ideia da Mostra. A primeira Mostra teve 17 filmes e dai eu falei “Gerson, pegou!”. Disso começamos a dar continuação.
A maior característica da mostra é a diversidade, abrimos espaço para o cinema de arte, “blockbuster”, cineastas locais, clássicos, óperas, então é a característica da diversidade. Temos hoje um público bastante segmentado e buscamos atender todos.
A mostra ajuda a mostrar que há outras maneiras de viver o mundo, que não só a nossa ou só a americana que é a que a gente mais vê. Então, aqui temos um filme como “A Ovelha Negra” da Islândia, que mostra uma particularidade que é o extremo da nossa. Então, isso é um dado cultural muito importante. A mostra de cinema é de uma riqueza cultural enorme, e as pessoas ao longo dos anos vem sentindo isso. As pessoas já começam a ficar exigentes, o que é bom pra gente.
Então, esses filmes são formas de enriquecimento cultural que nem eu nem Gerson nem ninguém tem a dimensão de como isso vai acumulando ao longo do tempo.
Filmes da Mostra de 2016
Então, esses filmes são formas de enriquecimento cultural que nem eu nem Gerson nem ninguém tem a dimensão de como isso vai acumulando ao longo do tempo.
Qual a diferença da Mostra desse ano com a dos anos anteriores?
Gerson: Integramos óperas, palestras, cursos, que pra gente foi uma surpresa, pois foi sucesso imediato de presença. Estamos agregando algumas coisas que tem uma resposta muito positiva e rápida. Como o curso com a Fátima Toledo.
Lisandro: o Gerson falou uma coisa muito bacana, a gente também tem uma preocupação de formar. Então, trazer a Fátima Toledo (preparadora de elenco, que trabalhou em filmes como “Tropa de Elite”), é muito bacana e trazer o Inácio Araújo (um dos maiores críticos de cinema do país) também, que já é conhecido aqui na mostra.
Então, isso tudo agrega para a mostra a credibilidade, e essa credibilidade vai revertendo de volta para o público.
Vocês acham que existe um interesse crescente do público brasileiro, principalmente o goiano, de frequentar o cinema mais independente e mostras?
Gerson: Goiânia hoje está entre a quinta ou quarta maior cidade do pais em publico de cinema. Agora para filmes mais elaborados, essa é um deficiência nacional, justamente porque os maiores exibidores não tem essa formação.
O exibidor comercial quando não chega ao número que interessa eles tiram o filme de cartaz. Por isso é importante que os órgãos estatais e federais investirem nos pequenos grupos.
Mas, também precisa ter o interesse do publico, de ir atrás e cobrar para ter acesso a esses filmes fora do grande circuito.
Sobre a crise e o cinema.
Lisandro: A crise é fundamental para o cinema nacional, quando tem um crise forte em seguida vem filmes bons, uma saga de filmes interessantes.
Qual a sua opinião sobre as produções nacionais?
Gerson: acho que o Brasil focou demais em comedias “pastelão”, faltou escolas melhores de roteiristas no país. Quando você vê um cinema argentino você ri com inteligência, como, por exemplo “Relatos Selvagens”, “Conto Chinês”.
Nós não temos uma escola de roteiro bacana né. O Brasil reage muito ao mercado, muito reativo, a gente viveu agora esse período chamado besteirol da comédia pela comédia e talvez agora com essa mudança na política, na economia, talvez venham produções mais profundas. Torço para ser, apesar que no Brasil ou é ditadura ou é comédia.
9ª Mostra O Amor, a Morte e as Paixões
Data: 3 a 17 de fevereiro
Local: Cinemas Lumiére, Shopping Bougainville (Rua 9, Setor Marista – Goiânia)
Adorei a mostra.Não conhecia o Gerson do Lumiére.Muito bom para nós, público, que existam pessoas como o Lisandro e o Gerson interessados em divulgar a diversidade do cinema mundial.Isto é acreditar no cinema como um difusor cultural.Meus parabéns para o Lisandro e o Gérson pela iniciativa e que continuem nos brindando com filmes maravilhosos.
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