quarta-feira, 2 de março de 2016

Resenhando: Spotlight, Segredos Revelados (Spotlight, 2015)

O filme que me fez repensar sobre o jornalismo.


Atualmente, o que encontramos na mídia são profissionais do jornalismo mais interessados em publicar uma notícia “bombástica” do que investigar a procedência dos casos que chegam no seu conhecimento. Assistir a filmes como Spotlight, baseado em fatos reais, com jornalistas que vão atrás em mudar a realidade para melhor, faz reascender a inspiração em profissionais competentes da mídia. 




O título faz referência a uma equipe especial dentro do jornal Boston Globe grupo de jornalistas que investiga escândalos midiáticos – após o novo editor do jornal, Marty Baron (Liev Schreiber), sugerir uma nova pauta. Walter Robinson (Michael Keaton), Mark Rezendes (Mark Ruffalo),  Sacha Pfeiffer (Rachel McAdams) e Matt Carroll (Brian d’Arcy James) passam a interceptar informações que dão conta de que a Igreja Católica não só está ciente sobre os casos de abusos infantis cometidos por sacerdotes há muito tempo, como ainda encobre os pedófilos remanejando-os para outras paróquias. A matéria resultou num prêmio Pulitzer para o jornal Boston Globe.

O enredo não é apenas chocante como envolve crenças religiosas, o que complica ainda mais o trabalho do grupo. 


O maior destaque aqui é na formação de elenco, principalmente Keaton, Rachel McAdams e Ruffalo, são tão competentes em interpretar seus personagens que chega a parecer que estamos vendo um filme documental. Isso mostra que um bom trabalho não é feito por um indivíduo e sim por uma equipe, pois o elenco funciona na interação entre si e não no individual. Porém, a interpretação de Mark Ruffalo é a mais verdadeira e impactante, interpreta um jornalista revoltado e ao mesmo tempo contido com suas descobertas.

Outra forte característica do filme é o roteiro de Josh Singer e do diretor Tom McCarthy. A forma com que a história nos envolve é de forma discreta e realista, mostra em poucos minutos como casos de abuso eram tratados em Boston. Os diálogos são bem trabalhados e “Spotlight” consegue contar sobre uma investigação que envolve a igreja católica sem ser melodramático ou cair em discussão sobre crenças.


A direção de Tom McCarthy é bastante assertiva, dando closes nos personagens em momentos cruciais e deixando cenas longas, na intenção de deixar o ambiente mais realista possível. Com isso, o filme consegue mostrar não apenas o lado profissional do jornalismo e sim a humanidade que envolve cada matéria, afinal somos humanos e corremos o risco constante de deixarmos nossas ideologias e parcialidade a frente do que é real e correto.
Contudo, o fato de não trazer nada de novo no decorrer do filme me incomoda, até na montagem do filme em si, mas, acredito que a história não dê muita abertura para se preocupar com inovações. 


Sendo assim, é um filme “correto” com um tema importante a ser discutido.
Nota: 9


Informações GeraisRoteiristas: Josh Singer, Tom McCarthy
Os usuários do site IMDb deram a nota 8,4 para esta produção.
Os críticos que tem os seus textos linkados no Rotten Tomatoes dedicaram 170 textos positivos e seis negativos, o que lhe garante uma aprovação de 97%


Obs1.: Em tempos digitais é bom ver um filme que trata da importância do jornalismo.
Obs2.: Este é apenas o quinto filme dirigido por Tom McCarthy.
Obs3.: De acordo com Mark Ruffalo, a maioria dos jornalistas envolvidos no trabalho retratado por este filme de Spotlight eram católicos apostólicos romanos
Obs4.: Spotlight foi filmado em Toronto, no Canadá, e com diversas cenas feitas no Boston Globe, em Boston, nos Estados Unidos.


__________________@blogcinemando

Nenhum comentário:

Postar um comentário