O Natal é a data que mais rende filmes "temáticos" para o cinema. Selecionamos os 5 melhores já feitos na nossa opinião.
1. A Felicidade Não se Compra (It's a Wonderful Life, 1946)
Dirigido pelo premiado diretor da década de 30 Frank Capra (já ganhou 3 estatuetas por melhor direção), o filme conta com o protagonista George Bailey, interpretado pelo sedutor e talentoso James Stuart (Janela Indiscreta, 1954), que em uma tentativa de suicídio recebe um espírito desencarnado, candidato a anjo, que mostra para Bailey várias situações que teriam acontecido se não fosse sua interferência. A morte do irmão, a tristeza da esposa, a situação lastimável de sua cidade, entre outras.
Com essa pitada de histórias de Charles Dickens, o filme chegou a ser indicado a 5 categorias do Oscar, mas não levou nenhum dos prêmios. Contudo, é um dos melhores filmes natalinos, que pelos princípios mostrados nunca será datado.
Uma curiosidade sobre o filme é que a Banda McFly tirou parte de um dos diálogos entre George Bailey e Mary - "What is it you want, Mary? What do you want? You want the moon? Just say the word and I'll throw a lasso around it and pull it down. Hey. That's a pretty good idea. I'll give you the moon, Mary." - e incluiu no meio de "Love is Easy", uma de suas canções mais famosas.
2. Feliz Natal (Joyeux Noël, 2005)
Feliz Natal é um filme incrível, que se não fosse baseado em fatos reais, poderia ser considerado uma história absurda, até mesmo para o cinema.
Em 1914 a Primeira Guerra Mundial se inicia, e quando chega véspera de Natal tudo muda para alguns dos soldados. A neve e presentes da família e do exército ocupam as trincheiras francesas, escocesas e alemãs, envolvidas no conflito. Durante a noite os soldados saem de suas trincheiras e deixam seus rifles de lado, para apertar as mãos do inimigo e confraternizar o Natal, sem ódio ou ameaças.
Este ato faz mudar a vida e a visão sobre a guerra de muitos soldados em combate.
Impossível ver esse filme sem trazer para os dias atuais, nos conflitos modernos, e por esse motivo é um dos melhores filmes natalinos. Além disso, consegue resgatar os verdadeiros sentimentos de Natal de compaixão e fraternidade.
3. Feliz Natal, 2008
Primeiro longa-metragem dirigido pelo talentoso e brasileiro Selton Melo, foge de todos os clichês de filmes de natal, em uma história densa e depressiva, mas que ainda assim é tocante e nos faz repensar sobre nós mesmos.
Caio (Leonardo Medeiros) trabalha em ferro-velho, cercado de pedaços e peças enferrujadas, tenta montar o quebra-cabeça da própria existência e esquecer os fantasmas do passado. Perto do natal e das festas de final de ano, ele tenta uma raproximaçãocom a família disfuncional. A mãe é bêbada e viciada em psicotrópicos; o pai, separado da esposa, não o aceita; o irmão vive um casamento em crise e a cunhada está perdida entre as frustrações de um casamento naufragado.
Há algo no passado de Caio que o impediu de voltar à sua casa por anos. Algo que agora o impede de ser recebido com naturalidade.
É um filme de observação, mas que só enxerga o mal, o telespectador tem que se preparar para entrar nesse universo mais pessimista desenhado por Selton Melo.
Curiosidade: O filme ganhou o prêmio de melhor direção de fotografia no Festival de Paulínia no mesmo ano.
4. O Estranho Mundo de Jack (The Nightmare Before Christmas, 1993)
Com mais de 20 anos de sua estreia, esse filme ainda encanta muitos jovens e adultos, não apenas pelo roteiro, mas também por conta da inovadora direção de arte e filmografia.
Dirigido por Henry Selick (Coraline, 2009), o filme conta a história do ser fantástico Jack Skellington (Chris Sarandon), que vive na Cidade do Halloween. Lá todos passam o ano organizando o Halloween do ano seguinte mas, após mais um Halloween, Jack se mostra cansado de fazer aquilo todos os anos. Assim ele deixa os limites da Cidade do Halloween e vagueia pela floresta. Por acaso acha alguns portais, sendo que cada um leva até um tipo festividade. Jack acaba atravessando o portal do Natal, onde vê demonstrações do espírito natalino. Ao retornar para a Cidade do Halloween, sem ter compreendido o que viu, ele começa a convencer os cidadãos a sequestrarem o Papai Noel (Edward Ivory) e fazerem seu próprio Natal.
Apesar de ser dirigido por Selick o filme tem colaboração direta de Tim Burton, que não realizou a direção do filme por conflitos com a Disney e por já ter assumido o “Batman - O Retorno”, mas ainda entra como um dos roteiristas, já que o enredo teve origem em um poema escrito por ele em 1982.
O filme é singular por diversas razões, uma é que ele é todo feito em stop-motion e foi todo filmado em miniatura, apesar de todo o cenário ser iluminado como se tivesse tamanho real.
Com isso, a animação teve tanta repercussão que o personagem Jack Skellington já fez aparições em outros filmes de Tim Burton e Henry Selick: em Os Fantasmas se Divertem e em James e o Pêssego Gigante.
5. Um Homem de Família (The Family Man, 2000)
Em toda a lista esse filme é o que mais se parece com os clichês gerais de filmes natalinos, porém é especial, por ter uma tocante história em torno de ótimas atuações.
O enredo é sobre a vida de Jack Campbell (Nicolas Cage), um executivo, bem sucedido, com várias mulheres e ostentação.
Porém, 13 anos antes, seduzido pelo sucesso, Jack abandonou o grande amor de sua vida, Kate (Téa Leoni). Até que ocorre uma reviravolta e ele acorda (como que num passe de mágica) como se estivesse escolhido a vida com Kate, em vez de ser um executivo, casado, pai de duas crianças e levando uma vida tranquila no subúrbio.
Ainda com um roteiro pouco original, o diretor Brett Ratner (Quero Matar Meu Chefe, 2011) consegue passar uma mensagem interessante, embalada no espírito natalino, alternando cenas de dramas de consciência e romance com passagens bem-humoradas.
Para uma lista como essa não poderia faltar menções honrosas.
Bônus 1: Simplesmente Amor (Love Actually, 2003)
O novo Primeiro-Ministro da Inglaterra (Hugh Grant) se apaixona por uma de suas funcionárias, Natalie (Martine McCutcheon). Numa tentativa de curar seu coração, um escritor (Colin Firth) parte para o sul da França e lá acaba se apaixonando. Karen (Emma Thompson) desconfia que Harry (Alan Rickman), seu marido, a está traindo. Juliet (Keira Knightley), que se casou recentemente, desconfia dos olhares e intenções de Mark (Andrew Lincoln), o melhor amigo de seu marido. Sarah (Laura Linney) enfim tem a grande chance de sair com Karl (Rodrigo Santoro), por quem mantém uma paixão silenciosa. A vida de todos estes personagens se entrelaçam e são modificadas pela presença do amor em suas vidas.
Podemos considerar um filme clichê, já que possui todos os fatores para levar esse rótulo. Porém, o diretor Richard Curtis (Um Lugar Chamado Notting Hill, 1999) consegue reunir ótimas atuações, com um resultado comovente entre detalhes da vida.
Bônus 2: Esqueceram de Mim (Home Alone, 1990)
Filme sessão da tarde, que acompanhou muitas infâncias, principalmente para os da década de 90.
Uma família de Chicago planeja passar o Natal em Paris. Porém, em meio às confusões da viagem, um dos filhos, Kevin (Macaulay Culkin), acaba esquecido em casa. O garoto de apenas oito anos é obrigado a se virar sozinho e defender a casa de dois insistentes ladrões.
O filme fez tanto sucesso que teve continuação com o Esqueceram de Mim 2 - Perdido em Nova York (1992) e Esqueceram de Mim 3 (1997).