sexta-feira, 9 de janeiro de 2015

Cinemandoadois #14: Êxodos: Deuses e Reis (Exodus: Gods and Kings, 2014)

"Lembre-se disso, eu estou preparado para lutar. Por toda a eternidade" Moisés


O livro mais lido do mundo já rendeu muitos filmes para o vasto mercado do cinema, principalmente se tratando do antigo testamento e a história do profeta Moisés. 

Existe incontáveis longas sobre Moisés e sua história com os hebreus, mas ainda não havia uma grande produção, com atores renomados e muito oportunismo, até a chegada de Êxodos: Deuses e Reis.

Dirigido por Ridley Scott (Prometheus, 2012 e Cruzada, 2005) Êxodos conta a história do profeta Moisés (Christian Bale), desde criança quando foi abandonado pela mãe no rio e achado e adotado pela filha do faraó e criado na família real. Quando se torna adulto, Moisés recebe ordens de Deus para ir ao Egito, na intenção de liberar os hebreus da opressão. No caminho, ele enfrenta a travessia do deserto e passa pelo mar Vermelho.


Sem dúvida é um filme grandioso, mas que tem todo o nível de qualidade depositado na atuação de Christian Bale, ele está incrível como Moisés, original e humano, diferente de profetas de outros filmes que aparecem “inalcançáveis”, Bale consegue fazer o enredo se aproximar do verossímil, com um personagem com questionamentos e falhas, além disso atua como um líder militar que enfrenta o reino de Ramsés como um guerrilheiro.   



A direção de arte, fotografia e efeitos são pontos altos do longa, com um trabalho detalhado de cada cena, de uma perfeição impressionante, faz com que o público entre no Egito Antigo sem perceber rastros de imagens computadorizadas. 

Contudo, é complicado analisar o elenco e as atuações, pois Bale consegue minimizar qualquer outro personagem, até mesmo Joel Edgerton que interpreta o grande Ramsés, que é um personagem inseguro, maligno e inferior do que se é esperado de um faraó. Porém, há de se destacar Ben Kingsley que se sobressai como o hebreu Nun.


Mesmo com toda a intenção do trabalho de marketing, até mesmo com Êxodos lançado no dia do Natal, Ridley Scott consegue realizar um filme emocionante, com um visual incrível e um ótimo protagonista. Além disso,  há uma notável relação do desfecho com os dias atuais e, principalmente, com as guerras fundamentalistas modernas, no diálogo de Moisés no caminho de canaã "O que vai acontecer quando se assentarem?”. O que irá ocorrer quando os povos deixarem de se unir por uma causa? Ou quando encontrarem povos com crenças distintas, mas com o mesmo objetivo?


Nota: 7,5/ 10

Obs1: Fiquei surpresa quando percebi que Aaron Paul (Jesse Pinkman de Breaking Bad) faz o Joshua no filme.

Obs2: Ridley Scott cita no final que o filme é dedicado para Tony Scott, seu irmão, que dirigiu Top Gun e faleceu em 2012.

Obs3: Ridley Scott em um tempo atrás declarou ser ateu, talvez por isso ele tente construir no filme uma história que se aproxime mais do lado racional

Obs4: Sabia que Êxodos foi proibido de ser exibido em vários países? Marrocos e Egito por exemplo. Os países alegam que há fatos históricos e religiosos ofensivos e errados.





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