domingo, 15 de fevereiro de 2015

Cinemandoadois #19: O Jogo da Imitação (The Imitation Game, 2014)

Um filme temperamental, que surpreende na intenção.





Todo gênio tem uma dificuldade em se adaptar com a vida social, com os termos comuns da sociedade. Alan Turing não é exceção, com uma personalidade vista como arrogante e incompreensiva, viveu uma das biografias mais tristes e injustas que já existiu.


Dirigido por Morten Tyldum, “O Jogo da Imitação” conta a história real de Alan Turing (Benedict Cumberbatch), que foi um matemático, inventor do primeiro “computador”
Durante a Segunda Guerra Mundial o britânico tentou quebrar o enigma do código de comunicação alemã. Com ajuda de outros matemáticos, Hugh Alexander (Matthew Goode) e Joan Clarke (Keira Knightley), Turing conseguiu passar por obstáculos e dirigentes que não acreditavam na sua capacidade. Além disso, teve que esconder o fato de ser homossexual, orientação sexual ilegal na época, até ser descoberto e condenado, após a guerra.


Em cada passagem de cena o filme discute sobre distintos temas, de maneira sutil, sem deixar que a atenção do público se perca. Em transições entre diálogos técnicos e mais intimistas a trama é explicada e se desenvolve em um belo filme.

Dividida entre a adolescência de  Alan Turing, a fase da guerra e os dias de sua condenação, o enredo passeia entre três períodos, com uma bela fotografia. 
Contudo, o filme se prolonga entre clichês de frases feitas, além de se estender algumas cenas desnecessárias.

Ainda assim, o potencial e qualidade de todo o longa está por conta de Benedict Cumberbatch, que está incrível. Se antes o talento do ator ainda era questionável, pelo pouco trabalho reconhecido, agora o mundo todo tem certeza, o britânico ainda tem muito a oferecer para o cinema, ainda bem.

A fidelidade na atuação do protagonista é tão presente que Keira Knightley fica, por vezes, secundária em cena. A atriz entrega um bom trabalho, transcende entre a veracidade e a garra da personagem Joan, mas não suficiente para um Oscar.


A história de Turing era esquecida e desconhecida por várias pessoas, muito por conta dos segredos de guerra, mas é fato que foi um gênio e deve ser reconhecido por todos pelo incrível legado que deixou na sociedade moderna. Tanto na persistência de seus planos em criar a máquina que hoje é tão essencial, como na injustiça que sofreu.
Além de que é necessário lembrar que houve a época em que a homofobia era obrigatória, e todos nós temos a responsabilidade de fazer um presente e futuro diferentes, melhores.


Obs1.: Ao contrário do que a maioria dos críticos dizem, não achei um filme mal dirigido.
Obs2.: O filme foi indicado a 8 categorias do Oscar, incluindo de Melhor Filme.

NOTA: 8,5 / 10

Informações Gerais:
Roteiritas:  Andrew Hodges (livro) e Graham Moore
Os usuários do site IMDB deram a nota média de 8,2 / 10 
A crítica especializada do site Rotten Tomatoes avalivou o filme com 89% de aprovação, e os usuários deram média 4,3 / 5.

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