Documentário intimista sobre a vida de Amy Winehouse é de partir o coração e reascende a saudade.
O mais complicado é assistir sabendo o final e, mesmo assim, torcer para que não aconteça.
O mundo das celebridades está longe de ser “normal”, a mídia aumenta o poder de influência que alguém tem em determinado momento, os inúmeros holofotes chegam a endeusar, a mesma mídia que põe no pedestal é a que também derruba. No caso de Amy Winehouse eles provaram todos os dissabores de criar uma estrela e matar um mito, afinal a cantora buscava apenas ser “normal”, e acabou se fragilizando e se quebrando em meio a tantas anormalidades.
O documentário AMY do diretor Asif Kapadia, responsável também pelo elogiado documentário SENNA, foi honesto em não dar trégua ao telespectador, emocionando até os que não eram fãs. A biografia documentada, ou seja, sem relatos pessoais, só se valendo do uso de imagens reais, em geral da própria Amy contando os fatos, faz do longa um mergulho em sua individualidade, sua vulnerabilidade e sua mente talentosa.
As cenas mostram a adolescente Amy sem muita expectativa quanto a seu futuro, até que a música vira seu único e certeiro caminho. Descoberta cedo por uma gravadora, Amy teve em sua curta vida, de 27 anos, uma constante assessoria do que viria a ser o seu sucesso, ainda que a própria artista deixasse claro que nunca buscou por fama.
No filme as imagens e cenas reais destacam principalmente a evolução de Amy acompanhada por pessoas que lucrariam e lucraram muito em cima de seu talento e fama indesejada.
O documentário avança de uma menina feliz rodeada de amigas, como Juliette Ashby e Lauren Gilbert, para uma garota cheia de cicatrizes externas e internas, ainda que estrela da música mundial, cercada de pessoas que a sugam sem ela perceber, como seu marido Blake Fielder, e seu pai Mitch Winehouse.
A ganância do pai e do marido é um dos pontos mais fortes e importantes filme, fica claro a exposição das maldades que essas pessoas causaram, mesmo que involuntário, para Amy, o pai ao não permitir que a filha fosse internada, caso até citado na música Rehab “...eu não tenho tempo e meu pai acha que estou bem...”. Blake foi o responsável em levar o vício das drogas mais pesadas, ele, além de atrapalhar a desintoxicação da cantora, apresentava novas drogas, envolvendo Amy em um estilo de vida sem volta.
Houve diversas tentativas do pai de Amy de barrar o documentário, a até hoje ele processa o diretor por calúnia e difamação, mas fica evidente suas atitudes desastrosas.
Amy causou tudo que teve, mas um dos grandes trunfos do documentário, e talvez o que mais dói de perceber é que, talvez, se fosse possível que tivesse cercada por pessoas diferentes, um acompanhamento e cuidado maio de cada passo que dava, ela poderia ter saído do poço (Black) onde estava.
É verdade que somos responsáveis por nossas ações, que ninguém deveria levar a culpa por nossas escolhas, mas o documentário mostra uma Amy que não víamos na TV, frágil que deixava ser levada, influenciada, pelo simples fato de ser uma menina, ainda imatura e despreparada para o "novo mundo".
As imagens trazem a tona a saudade recém adquirida da cantora que se foi e o poder de sua voz, ainda muito nova, é mostrado diversas vezes, difícil segurar a emoção, Amy virou a nossa Janis, e essa geração precisava de uma artista como ela. Uma "alma velha" como ela mesmo dizia, hoje fica a saudade e o respeito pelo seu legado.
Nota: 9 /10
Informações Gerais
Diretor: Asif Kapadia
O site IMDB a opinião dos usuários teve uma média de 8 / 10
No Rotten Tomatoes, na opinião especializada, o filme teve 96% de aprovação
O ser humano e sua tendência a se comover com maus exemplos!Teve tudo mas preferiu morrem devido ao abuso de alcool e drogas !
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