terça-feira, 8 de dezembro de 2015

Movie VS Book: Cidades de Papel, 2015

A difícil tarefa de transformar a personagem Margo Roth Spiegelman em alguém minimamente interessante, esse foi o maior desafio da adaptação de Cidades de Papel.


John Green foi o autor internacional que mais vendeu livros no Brasil no ano passado e chegou a emplacar simultaneamente quatro livros nas listas de mais vendidos! Todo esse sucesso se deve, principalmente, ao lançamento nacional do seu quarto livro “A culpa é das estrelas”.




Antes desse, John lançou, em 2008, “Cidades de Papel”, cuja adaptação foi lançada recentemente nos cinemas. Nele, o leitor é apresentado ao personagem apático Quentin, ele tem uma paixão platônica por sua colega de escola e vizinha, Margo. Um dia, aos dez anos, os dois encontram um cara morto em um parque, quando estavam andando de bicicleta. Margo concluiu que os fios dele tinham se arrebentado, e isso fica na cabeça de Q. Com o tempo, cada um segue um caminho diferente, mas os dois lembram daquele homem.
Anos depois, em um noite, ela invade o quarto dele, com a cara pintada e vestida de ninja, convocando-o a fazer parte de um engenhoso plano de vingança. Ele aceita, mas no dia seguinte, após uma noite de aventuras, descobre que o paradeiro de Margo é agora um mistério. No entanto, ele logo encontra pistas e começa a segui-las. Porém, quanto mais se aproxima dela, mais se distancia da imagem da garota que ele achava que conhecia.

O Livro 


De início o livro não parece ter um objetivo claro, nos perguntamos diversas vezes qual a intenção em juntar tantos personagens desinteressantes em um só contexto.

Contudo, as primeiras páginas conseguem chamar a atenção do leitos, com uma Margo misteriosa, mas não deixando de ser mimada e inconsequente, que nos leva a aventuras na madrugada, incluindo a isso frases feitas, “Uma cidade de papel para uma menina de papel...”, que, apesar de ser a melhor parte de todo o livro, não se aprofunda na metáfora “cidades de papel” interligada a pessoas, como um produto do meio em que vivem.
Mas, não há como negar, houve tentativas interessantes de prender a atenção do leitor.
Após essa primeira aventura, o livro entra num limbo de tédio, em que Quentin vive sua vida com o único intuito de achar “pistas” de Margo, mas a tal menina nem é tão legal assim para se gastar metade de um livro.

Entendo que no final o propósito era de mostrar que idealizamos pessoas que não existem, atribuímos qualidades e perfeição em um mundo de fantasias que só existe em nossa imaginação, a realidade não dá pistas para a felicidade. Essa principal ideia de “cidades de Papel” é eficiente e clara, mas o caminho para chegar a compreendê-la são páginas repletas de personagens esforçados, mas apáticos.

O FILME


No filme “Cidades de Papel” nos deparamos logo de cara com Cara Delevingne interpretando Margo, com tiradas em diálogos rápidos, divertidos, mas, ainda assim, sem dar profundidade para a personagem. Aqui a protagonista aparece mais “divertida” que no livro.

Quentin e seus amigos, principalmente Ben, são engraçados e entregam interpretações decentes para seus personagens, em adolescentes relacionáveis e verossímeis. As cenas mais emocionantes são entre Quentin e os amigos, afinal o filme não é sobre relacionamentos amorosos e sim sobre amizade.

A conclusão deixa uma mensagem sem precisar de diálogos melodramáticos, sobre projeções que as pessoas fazem dos outros e de si mesmos, assim como no livro, mas no longa o contexto final se torna mais claro e compreensível. 

VEREDITO

O caso de “Cidades de Papel”, entre livro e filme, é atípico, pois o filme consegue ser mais competente em divertir e ao contar a história. O protagonista Quentin é mais interessante no filme, enquanto no livro se parece apenas com uma pessoa um pouco confusa.

Sendo assim, na nossa opinião, o filme é superior ao livro.


Informações Gerais 
Diretor: Jake Schreier
O filme recebeu a nota média de 6,5 / 10 dos usuários do site IMDB
Na crítica especializada do Rotten Tomatoes o filme recebeu 56% de aprovação.

Obs1: Filmado durante cinco dias no bairro de Skybrook, Huntersville, NC (norte de Charlotte) em meados de Novembro de 2014.

Obs2: John Green faz uma aparição no filme como a voz do pai com a espingarda em punho de uma personagem.

Obs3: No livro a personagem Angela não acompanha o grupo na viagem.

Obs4: No livro Margo e Quentin completam 11 desafios, no filme só são mostrados 9.

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