quinta-feira, 22 de outubro de 2015

Resenhando: A Colina Escarlate (Crimson Peak, 2015)

Guillermo Del Toro volta a fazer filme do gênero que ele mais domina, o terror com suas metáforas.


Com uma ambientação digna de obras como Jane Eyre, Morro dos Ventos Uivantes, Del Toro (Pacific Rim e O Labirinto do Fauno) dirige seu novo filme, ainda que se perca em ser estritamente e minuciosamente artístico, consegue ser belo e intenso.

A Colina Escarlate não chega a se enquadrar em gêneros como terror nem romance, mas tenta alcançar ambos, se arrisca em querer demonstrar a sensibilidade melancólica humana perante tragédias e horrores.
A aspirante a escritora Edith Cushing (Mia Wasikowska) é uma jovem donzela já marcada pela tragédia de perder a mãe muito nova. Até ela conhecer Sir Thomas Sharpe (Tom Hiddleston) por quem se apaixona. Porém, ele não tem nada de príncipe. Quando Edith perde o pai em uma tragédia inexplicável, ela se casa com Sharpe e se muda para sua sombria mansão no alto de uma colina, onde mora ele e sua misteriosa irmã Lucille Sharpe (Jessica Chastain). Essa colina é a Colina Escarlate.
A partir daí inicia a segunda parte do filme, ainda que o começo do filme seja bastante lento e arrastado, as cenas na colina são menos monótonas, eletrizantes, e cheias de nuances a serem descobertas. 

A mansão, desenhada no filme, é tão incrível como uma obra de arte com vida própria. Del Toro e sua incrível equipe de desing, fotografia e produção de arte realizam um ótimo trabalho em criar uma das casas “assombradas” mais belas do cinema.
Contudo, a comparação com a obra “Drácula” é quase que inevitável, há muitas características no roteiro e no desenvolvimento de personagens parecido com a obra original de Bram Stoker. Ainda que este fato não seja um grande empecilho para deixarmos de desfrutas do transcorrerá da trama e do suspense na colina. 


As interpretações não decepcionam. Os irmãos interpretados por Jessica Chastain (Interestelar) e Tom Hiddleston (Thor: O Mundo Sombrio) estão perfeitos como os macabros Sharpe, destaque principalmente para Hiddleston que aparece no filme emblemático e cheio de melancolia sem parecer forçado em nenhum momento. Porém, Mia Wasikowska não agrada tanto como a sensível Edith, é a mocinha indefesa que já estamos cansados de assistir, e que não convence em ser ingênua demais. 

O roteiro é bem trabalhado, mas ainda assim é previsível, deixa a desejar em cenas em que se espera que algo a mais aconteça, como as cenas dos fantasmas que não adicionam nada para o decorrer da história. 

Contudo, o filme ainda vale pela cena final, os 15 minutos de conclusão do longa, com uma ótima cena de perseguição e descobertas, é bem dirigido e executado, deixa todos ansiosos e nervosos para saber os próximos atos.

Nota: 8  / 10



Informações Gerais
Roteiristas: Guillermo del Toro, Matthew Robbins e Lucinda Coxon
O site IMDB a opinião dos usuários teve uma média de 7,1 / 10
No Rotten Tomatoes, na opinião especializada, o filme teve 69% de aprovação.

Obs1: Benedict Cumberbatch foi originalmente escalado como o protagonista masculino, mas deixou o projeto devido a razões não reveladas. Ele foi substituído por Tom Hiddleston.
Obs2: Jessica Chastain relatou em uma entrevista que Tom Hiddleston achou o roteiro incrivelmente assustador quando leu pela primeira vez.
Obs3: Embora a casa tenha sido construída por inteiro, ela precisou ser demolida ao final das filmagens, a fim de abrir espaço no estúdio.
Obs4: Todos os artefatos presentes na casa foram criados especialmente para a mesma. Nada foi reutilizado.

2 comentários:

  1. Tomara que o final faça valer a pena pq no último filme dele que eu assisti "Mama" foi um ótimo filme , até os sete minutos finais do filme que conseguiu arruinar toda a obra ...

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    1. Concordo, MAMA não é um bom filme, mas ele acho que foi o produtor de Mama e não o diretor. Em "Colina Escarlate" o final é bom, vale conferir.

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